Histórico: A comunidade “Horta da Laíde”, é uma ocupação na região da Vila C em Foz do Iguaçu (Zona Norte). A mesma teve início na década de 1990 com 130 famílias, e em 2012 chegou a ter 200 famílias. Posteriormente as famílias foram sendo removidas restando atualmente cerca de 24 famílias.
Situação Fundiária: As famílias notificadas para serem removidas compõe um núcleo de quatro chácaras com produção orgânica de alimentos, localizadas em Área Verde Pública Municipal. As remoções são tensionadas por uma proposta de implantação de parque, sendo este projeto doado por Itaipu e denominado Reinventando Foz. Este projeto foi organizado de 2013 a 2015 e envolveu prefeitura, SANEPAR, os colégios do bairro, as Secretarias Municipais da Agricultura e do Meio Ambiente, a Associação de Catadores da Vila C e universidades particulares. Porém, os moradores da área diretamente afetada não participaram da elaboração do projeto.
Estratégias de trabalho e ações realizadas: Entrevistas com as famílias, levantamento de dados secundários (relatórios sobre a comunidade e o projeto a ser implantado, bem como elaboração de um plano alternativo as remoções), pesquisas socioeconômicas com parte das famílias e levantamentos fotográficos.
Período de Trabalho: Julho à Dezembro 2018
Resultados: Defesa realizada pela defensoria em janeiro de 2019, aguardando devolutiva jurídica para organizar outras ações. Este trabalho resultou em novas ações de pesquisa e ação em 2019, já que essas comunidades indicaram ser descendentes de quilombolas do Oeste do Paraná, e que foram anteriormente removidos de suas terras.
É importante perceber que mesmo com a ampliação da comunidade ao longo dos anos houve paralelamente a ampliação significativa da massa vegetal, processo conduzido pelo frequente plantio de novas árvores pelos moradores. A partir deste potencial foi apresentado um plano alternativo às remoções. Um outro aspecto importante é que a comunidade esta dividida em duas formas de apropriação do espaço: ocupações rurais maiores no miolo da quadra com criação de animais e produção de alimentos orgânicos, e ocupações urbanas voltadas para a Rua Aracaju, divididas em lotes menores.