A existência de um número considerável de projetos urbanos que implicam em remoção de assentamentos populares não corresponde necessariamente ao conhecimento e divulgação da dimensão e impacto deste processo. Há tanto um desconhecimento, como também uma subestimação dos reais impactos de tais projetos, enfatizando-se as modificações no valor do solo e de sua função física espacial, e do atendimento habitacional proposto as famílias atingidas em forma de aluguel social, indenização ou unidade habitacional. Não há igual destaque a todas as violências que se dão, de forma sucessiva, no cronograma do despejo.
As populações envolvidas que tentam resistir a tais processos sofrem com a falta de informação, com a insegurança, a cooptação de lideranças, destruição e a tentativa de reconstrução de suas redes sociais, terminando com o deslocamento involuntário para novas áreas de fragilidade ambiental ou de risco. Esse processo violento, de longa duração, em grande parte das vezes, amplia a vulnerabilidade em que estas comunidades se encontram, pois terão que se adaptar a novos projetos ou moradias alheias a sua história e cultura, assim como se adaptar a novos territórios em disputa.
No contexto fronteiriço, esta realidade se apresenta a partir da reestruturação urbana e social da região com a implantação de grandes projetos públicos e privados. Estes projetos são pensados para áreas urbanas e rurais que possuem grande concentração de ocupações e bairros populares, fortalecendo um processo histórico de expulsão da população mais pobre para áreas distantes.
Esse processo está detalhado em alguns trabalhos publicados e aguardando publicação. Maiores informações entrar em contato pelo email [email protected] .