As Campanhas da EPPC visão à visibilização das problemáticas produto das desigualdades territoriais na cidade e sua afetação direta no acesso à terra e ao direito à moradia por parte de parcelas da população vulnerabilizadas e criminalizadas em processos judiciais ou institucionais de remoções.
A primeira ação ou edição da campanha foi iniciada como parte do processo de luta pela conquista da posse da ocupação Bubas em 2015, com a ação Eu tenho endereço, na qual moradores, voluntários e a equipe da EPPC nomearam enumeraram as ruas identificadas no mapeamento da ocupação anterior, ou seja, a comunidade reivindicou o seu endereço, o seu espaço e direitos na cidade como moradores registrados dela.
Ao ter um endereço de residência e obter o reconhecimento de tais nomes, números e grade urbana, os moradores do Bubas passaram a poder aceder ao seu direito à defesa por parte da Defensoria Pública do Estado do Paraná, além da saúde, pois conseguiram se cadastrar nas Unidades Básicas de Saúde Familiar da região de Porto Meira; conseguiram aceder aos serviços públicos, de cuidado e educativos como creches, escolas e mesmo, coleta de lixo semanal.
A campanha tem sido usada para outros casos com táticas publicitárias variadas (cartões postais, conteúdo gráfico e audiovisual, pancartas e livros de cordel), bem como os meios, porém, continuando com a atividade de visibilização, denúncia e sensibilização para estas populações, objetivo final geral da campanha, através do retrato e aproximação das populações ocupantes à população geral da cidade -inclusive à visitantes de fora-, mostrando as comunidades afetadas e as vidas violentadas pelos processos de remoção forçada, que em grande parte são mobilizadas por interesses especulativos e extrativistas. É poder contar outra parte da história, é reivindicar o poder da narrativa e da memória coletiva dos processos de construções/destruição de cidade e cidadania.
